terça-feira, 5 de abril de 2011

Kurt e o luto do grunge

Em 5 de Abril de 1994 o rock perdeu um de seus expoentes do momento: Kurt Cobain. Na verdade o seu corpo foi encontrado apenas dia 8 de Abril, mas os legistas estimaram que ele morreu três dias antes; suicidou-se. Kurt tinha vários problemas pessoais como depressão, vício, frustração, traumas de infância, mas não é minha ideia falar disso. Prefiro falar da sua importância para o rock.

Não é absurdo nenhum falar que Kurt era o cérebro do Nirvana, mesmo sabendo do potencial dos seus outros integrantes, mas por determinação do próprio, as músicas tocadas eram as feitas por ele. E essas mesmas músicas eram o seu espelho. Todo o pavor, a raiva, os traumas, as reinvenções da sua vida (fruto de sua imaginação voluntária)... tudo estava traduzido nas letras das suas canções. A primeira que ouvi  deles foi Rape me, já tardiamente, em 94. Eu nem sabia quem era aquele cara cantando (e não sei se a esta altura, ainda estava vivo), mas a voz e a energia que estava sendo transmitida ali foi algo que me chocou de imediato.

Kurt tinha o dom de canalizar suas emoções nas músicas de forma muito, muito amplificada. Dava quase para se transportar para dentro dos pensamentos ou sentimentos dele ao ouvir seus gritos. Para mim, essa era a genialidade dele, muito mais do que suas letras que, nem sempre, eram tão formidáveis. Acho, claro, que conhecendo a sua história as músicas fazem mais sentido, mas também creio que isso aconteça com vários outros artistas também. 


Comentei anteriormente, no post sobre o Nevermind, que as minhas favoritas deste disco são Something in the way, Lounge Act e Polly (se não leu na época, clique aqui). Posso acrescentar que gosto muito de Dumb, Rape me e Serve the servants (estas do álbum In Utero) por, assim como as outras, traduzirem a inquietação e rebeldia de Kurt. Poucos cantores conseguem ser tão expressivos para mim quanto ele. Sei que sua contribuição “oficial” para o rock é ter sido o ícone do movimento grunge, mas para mim a contribuição é mais artística do que isso, pois arte que não toca a alma das pessoas, não é completa. E Kurt Cobain sabia como fazer isso.

É estranho pensar que já faz 17 anos desde sua morte. O tempo voa realmente. Encerro esta homenagem, então, com um vídeo de uma das performances que mais gosto dele, a do MTV Unplugged.

Salve Kurt e o rock!

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